segunda-feira, 9 de junho de 2014

Nogueira, P. ; Unesp ciência, abril 2014, ano 5, nº 51, pág. 12 a 15.


Atualmente, as pessoas danificam cada vez mais sua traquéia (órgão que permite que o ar chegue aos pulmões), isso devido a acidentes, doenças respiratórias, e câncer. Caso isso ocorra esses pacientes devem ser submetidos a um procedimento denominado traqueostomia, no qual é inserido um tubo (cânula) a partir de uma incisão na traquéia,  por onde ocorre a captação do ar. Quando o paciente permanece por mais de quinze dias com a  cânula, há maiores chances de lesões na traquéia, que podem se tornar permanentes. Caso isso ocorra o paciente deverá respirar através da cânula para sempre, o que acarretaria em repetidas infecções pulmonares, tosse e dificuldades na fala.

Devido a esses problemas, algumas universidades do Brasil e do mundo, como a UNESP, iniciaram pesquisas a respeito da possibilidade de realizarem transplantes deste órgão. Por causa do risco de rejeição que pode ocorrer após este procedimento, esses testes são realizados em coelhos, nos quais as células tronco do doador são retiradas por um método biotecnologico, que faz com que pareça que o órgão transplantado foi gerado pelo próprio organismo do receptor, isso ocorre porque o organismo é "enganado" pelas células, e assim o sistema imunológico não o ataca.
Por mais que todo o processo exija várias etapas e seja muito complexo e cuidadoso, os coelhos que passaram por esse tipo de implante sobrevivem, no máximo, por 15 dias. Assim, ainda estão sendo feitas de maneira mais repetitivas algumas etapas do processo, para que futuramente isso possa ocorrer em pessoas.
Se contrapondo a todo esse processo nacional que ainda não conseguiu trazer seus resultados para um campo mais prático em humanos, em Barcelona médicos já fizeram o 1° transplante de traqueia em humanos, em 2008, em uma mulher de 30 anos com problemas respiratórios. O médico responsável pelo processo contou que usou a traqueia de um homem morto por hemorragia cerebral, e fez uma série de 25 lavagens para eliminar do órgão todas as células do doador e impedir uma certa rejeição da paciente que seria sua receptora. Graças a esse processo, feito repetidamente, esse é o primeiro caso em que não sera preciso outros métodos para evitar a rejeição do paciente, além de ser o primeiro transplante de traqueia do mundo.
Mesmo que nas pesquisas e experimentos brasileiros não existam resultados rápidos ou que interfiram na vida das pessoas de maneira direta, devemos dar crédito a biotecnologia, pois apenas a partir de impactos causados por essa área, foram promovidas várias inovações em diversos setores, como no tratamento de doenças, uso de novos medicamentos, dentre outras áreas que também são exploradas. 






Foto tirada de: 

Nomes: Isabela Leandro, Matheus de Oliveira, Rafael Wada, Sabrina Regina e Milena Affonso

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