domingo, 16 de fevereiro de 2014

Engenharia genética pode ajudar a combater falta de ferro


Revista médica aponta método como mais eficaz para resolver problema.
Arroz e a farinha de trigo podem ser reforçados com substâncias como o sulfato de ferro. 
A engenharia genética pode ser utilizada para combater a deficiência de ferro, que provoca doenças como a anemia, segundo um estudo publicado pela revista médica "The Lancet". 

Os pesquisadores do Laboratório de Nutrição Humana do Instituto Federal Suíço de Zurique analisaram a falta de ferro em populações de países industrializados e em desenvolvimento. 

Segundo os autores, "a deficiência de ferro é um dos principais fatores de risco de invalidez e morte no mundo e afeta cerca de 2 bilhões de pessoas". 

Além disso, segundo os especialistas, "a elevada prevalência de deficiência de ferro no mundo em desenvolvimento acarreta grandes custos sanitários e econômicos, como gestações precárias, atuação escolar deficiente e diminuição de produtividade". 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 39% das crianças menores de 5 anos, 48% das que têm de 5 a 14 anos e 42% das mulheres nos países em desenvolvimento são anêmicos. Metade desse total sofre de anemia por falta de ferro. 

A pesquisa, dirigida pelo médico Michael Zimmerman, propõe três fórmulas para corrigir a carência de ferro: suplementos, reforço dos alimentos e engenharia genética.

 Dieta modificada
Os cientistas reconhecem que a modificação da dieta é o método habitual para combater o problema. Mas a solução é "difícil" pelos inconvenientes da mudança dos hábitos alimentícios. Além disso, é uma medida "cara", pelo elevado custo de alimentos ricos em ferro, como a carne. 

Eles concluíram que o reforço é "a solução a longo prazo mais prática, sustentável e menos custosa". Produtos como o arroz, que deu bom resultado contra a anemia nos Estados Unidos, e a farinha de trigo, testada com sucesso no Chile, podem ser reforçados com substâncias como o sulfato de ferro. 

No entanto, o arroz e o trigo perdem propriedades no processo de cozimento. Por isso, os cientistas acreditam que "a engenharia genética pode desempenhar um papel essencial". 

"O conteúdo em ferro do arroz pode aumentar de duas a três vezes com a introdução de genes de ferritina (proteína rica em ferro) do grão da soja", sugeriram. 

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