Danilo Andeloce - Nº 6 - 2º Ano B
FEIJÃO TRANSGÊNICO
O feijão transgênico
foi o primeiro organismo geneticamente modificado produzido totalmente no
Brasil – uma variedade de feijão-carioca resistente ao vírus do mosaico
dourado.
Nos últimos nove anos foram muitos os ensaios no campo e os testes em
laboratório para chegar a um material resistente ao ataque de um vírus que
transmite uma das principais doenças do feijoeiro: o mosaico dourado.
O trabalho coordenado pelo pesquisador Josias Correa teve início em
2004. Um ano depois, ele e a equipe conseguiram usar uma parte do próprio vírus
para tornar o feijão geneticamente modificado resistente à doença.
Nos ensaios do campo estão sendo feitos agora os últimos testes antes
da multiplicação das sementes para o plantio comercial. A época da florada é o
melhor período para avaliação.
O
mosaico dourado é uma doença que atinge plantações de feijão em quase todo o
país, gerando perdas de 80 a 280 mil toneladas do grão anualmente. Segundo
estimativa da Embrapa Arroz e Feijão, o volume perdido por conta da doença seria
suficiente para alimentar de 5 a 10 milhões de pessoas. No Brasil, apenas o Rio
Grande do Sul está livre da praga, já que a mosca-branca, transmissora do
vírus, não se adapta bem às condições climáticas do estado.
Para tornar o feijão imune ao vírus, os pesquisadores utilizaram um
mecanismo conhecido como RNA interferente. “Uma estratégia que a natureza já
usa”, explica o engenheiro agrônomo Francisco Aragão, da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, que coordenou a pesquisa
juntamente com o agrônomo Josias Faria, da Embrapa Arroz e Feijão.
RNAs interferentes inibem a ação de genes específicos. “Qualquer planta
tem RNAs interferentes que a tornam resistente a 99,9% dos vírus”, explica
Aragão. “Mas isso não a impede de ser suscetível a dois ou três agentes
infecciosos.” O que os pesquisadores fizeram foi mimetizar o funcionamento de
um RNA interferente de modo a tornar o feijão resistente especificamente ao
vírus do mosaico dourado.
Como não tem qualquer proteína diferente do feijão tradicional, o
transgênico da Embrapa não apresenta, segundo os pesquisadores, risco de
alergenicidade e toxicidade. O RNA interferente utilizado, aliás, já é
encontrado no feijão, porém ele só aparece depois que o feijoeiro já está
contaminado, como mecanismo de defesa.
A busca por uma forma de tornar a leguminosa resistente à doença se
estendia por mais de 30 anos em todo o mundo. Na Embrapa, os estudos que
culminaram na semente transgênica, que ainda está em fase de testes, esperando para ser liberada comercialmente.
Fontes: http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/09/transgenico-100-nacional
http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2013/02/embrapa-chega-ultima-etapa-de-testes-com-feijao-transgenico.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário